Existem muitos exemplos onde, particularmente no período mais
tardio da adolescência, anos de crença na mágica eram necessários para
compensar o fato de a pessoa ter sido privada dela prematuramente na
infância, por lhe ser imposta uma realidade áspera. É como se estes jovens
sentissem que agora é sua última chance de compensar a séria deficiência
de sua experiência de vida; ou que, sem ter sido um período de crença na
mágica, ficarão inaptos para enfrentar os rigores da vida adulta. Muitos
jovens que hoje em dia subitamente buscam fuga em sonhos induzidos por
drogas, ou aderindo a algum guru, acreditando em astrologia, engajando-se
na prática da "magia negra", ou que de alguma outra maneira buscam
escapar da realidade, em devaneios sobre experiências mágicas que deverão
mudar suas vidas para melhor, foram prematuramente pressionados a
encarar a realidade de uma forma adulta. A tentativa de fugir da realidade
através dessas formas tem sua causa mais profunda em experiências
formativas prematuras, que impediram o desenvolvimento da convicção de
que a vida pode ser dominada de modo realista.