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Linguagem da Alma XI
Linguagem da Alma XI

"O homem indiferente não se apega a nada, não tem uma certeza absoluta, está preparado para tudo e as suas opiniões são susceptíveis de modificações rápidas: para conseguirem tal grau de socialização, os burocratas do saber e do poder têm que mobilizar tesouros de imaginação e toneladas de informações."

Gilles Lipovetsky (Livro A era do Vazio).

 

 "Não obstante suas ocasionais ilusões de onipotência, o narcisista depende de outros para validar sua autoestima. Ele não consegue viver sem uma audiência que o admire. Sua aparente liberdade dos laços familiares e institucionais não o impedem de ficar só consigo mesmo, ou de se exaltar em sua individualidade. Pelo contrário, ela contribui para sua insegurança, a qual ele somente pode superar quando vê seu "eu grandioso" refletido nas atenções das outras pessoas, ou ao ligar-se àqueles que irradiam celebridade, poder e carisma.

Chistopher Lasch - (A cultura do Narcisismo.)

 

"Aquele que não tem reverência pelo mistério, que sequer o percebe, é como uma vela sem pavio."

Albert Einstein

 

"Somente aquele que se dedica a uma causa com toda sua força e alma pode ser um verdadeiro mestre." 

Albert Einstein

"O "amor"como auto-sacrifício ou auto-degradação, o "sentido"como submissão a uma lealdade mais elevada - essas sublimações parecem à sensibilidade terapêutica intoleravelmente opressivas, ofensivas ao senso comum e injuriosas à saúde e ao bem-estar pessoais. Liberar a humanidade de tais idéias ultrapassadas de amor e dever, tornou-se a missão das terapias pós-freudianas e, particularmente, de seus convertidos e divulgadores, para quem a saúde mental significa a destruição de inibições e a imediata gratificação de qualquer impulso."

Chistopher Lasch - A Cultura do Narcisismo

 

"As investigações cínicas de Freud constituem-se num reservatório de idéias indispensáveis, desde que fique entendido que a mente inconsciente representa a modificação da natureza pela cultura, a imposição da civilização sobre o instinto."

Chistopher Lasch - (A cultura do Narcisismo.)

 

" A crueldade bárbara não resulta de uma ausência de recalcamento ou de repressão social, é o efeito direto de uma sociedade em que o elemento individual, subordinado às normas colectivas, não vê reconhecida a sua existência autônoma."

Gilles Lipovetaky ( A Era do Vazio. )

 

" Não foi apenas através da lei e da ordem pública que o Estado conseguiu eliminar o código da vingança; de modo igualmente radical, foi o processo de individuação que, pouco a pouco, minou a solidariedade vingadora."

 

Gilles Lipovetaky ( A Era do Vazio. ) 

 

" Não é o sentimento de semelhança entre os seres que explica o declínio das violências privadas; a crueldade começa a causar horror, as rixas tornam-se sinal de selvajaria quando o culto da vida privada suplanta as prescrições holistas, quando o indivíduo se retrai e fecha em si próprio, cada vez mais indiferente aos juízos dos outros. A este título, a humanização da sociedade não passa de uma das expressões do processo de dessocialização característico dos tempos modernos."

Gilles Lipovetaky ( A Era do Vazio. ) 

 

" O retraimento do indivíduo em si próprio, a privatização da vida, longe de abafarem a identificação do outro, estimulam-na. Temos que pensar conjuntamente o indivíduo moderno e o processo de identificação, e este só tem verdadeiro sentido onde a dessocialização libertou já o indivíduo dos seus laços colectivos e rituais, onde o sujeito e o outro podem encontrar- se como indivíduos autônomos num frente a frente independente dos modelos sociais pré-estabelecidos.  Paradoxalmente, é à força de se considerar de modo isolado, de viver para si próprio, que o indivíduo se abre à infelicidade do outro. Quanto mais o indivíduo existe como pessoa privada, mais sente a aflição ou a dor do outro; o sangue, os ataques à integridade do corpo tornam-se espetáculos insuportáveis, a dor surge como uma aberração caótica e escandalosa, a sensibilidade tornou-se uma característica permanente do homo clausus.  O individualismo produz, por conseguinte, dois efeitos inversos e, todavia, complementares: a indiferença ao outro e a sensibilidade à dor do outro: «Nos séculos democráticos, os homens raramente se dedicam uns aos outros, mas mostram uma compaixão geral por todos os membros da espécie humana.»

Gilles Lipovetaky ( A Era do Vazio. ) 

 

"Cada vez mais fechados nas suas preocupações privadas, os indivíduos pacificam-se não por ética, mas por hiper-absorção individualista: em sociedades que promovem o bem-estar e a auto-realização, os indivíduos, com toda a evidência, sentem-se mais desejosos de se descobrirem a si próprios, de se auscultarem, de «descarregarem» por meio de viagens, de músicas, de desportos, de espetáculos, do que de se confrontarem fisicamente. A repulsa profunda e geral dos nossos contemporâneos perante os comportamentos violentos é função desta disseminação hedonista e informacional do corpo social realizada pelo reino do automóvel, dos media, dos tempos livres. 

 Gilles Lipovetaky ( A Era do Vazio. ) 

 

" O homem precisa de dificuldades; elas são necessárias à sua saúde. E somente a sua excessiva quantidade nos parece desnecessária."

Carl Gustav Jung (A natureza da Psique ))

E  época mais simples, a publicidade meramente chamava a atenção para um produto, exaltava suas vantagens. Atualmente, ela procria um produto próprio: o consumidor, perpetuamente insatisfeito, intranquilo, ansioso e entediado. Joga sedutoramente com o mal-estar da civilização. Institucionaliza a inveja e suas ansiedades resultante. O aparelho de promoção das massas ataca ideologias baseadas no adiamento da gratificação."

 Chistopher Lasch - (A cultura do Narcisismo.)

 

" A educação das massas, alterou o equilíbrio de forças dentro da família, enfraquecendo a autoridade do marido em relação à mulher, e dos pais em relação aos filhos. Ela emancipa mulheres e crianças da autoridade patriarcal, contudo somente para sujeitá-las ao novo paternalismo da indústria da publicidade, da corporação industrial e do Estado. A propaganda apela sutilmente para as emoções."

Christopher Lasch - ( A cultura do Narcisismo.)

 

"O narcisista admira e identifica-se com os "vencedores", por medo de ser rotulado como perdedor. Procura aquecer-se em seu brilho refletido; contudo, seus sentimentos contêm uma forte mistura de inveja, e sua admiração quase sempre se transforma em ódio, se o objeto de sua ligação faz algo que lhe lembre sua própria insignificância."

Christopher Lasch - ( A cultura do Narcisismo.)

 

" Sabemos como as coisas entraram em colapso, uma a uma, tanto as grandes como as pequenas, no coletivo e no individual, e como surgiu a alarmante pobreza dos símbolos atualmente reinantes. Com isso, a Igreja também perdeu sua força; uma fortaleza, despojada de seus bastiões e casamatas; uma casa, cujas paredes foram demolidas e que fica exposta a todos os ventos e perigos do mundo. Um colapso deveras lamentável, que fere o senso histó- rico, pois a desintegração do Protestantismo em centenas de denominações diferentes é o sinal inconfundível de que a inquietação perdura."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" Aquele que perdeu os símbolos históricos e não pode contentar-se com um substitutivo, encontra-se hoje em situação difícil; diante dele o nada bocejante, do qual ele se aparta atemorizado. Pior ainda: o vácuo é preenchido com absurdas idéias político-sociais e todas elas se caracterizam por sua desolação espiritual."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" O que julgávamos possuir se transforma em água e mais de um aprendiz de feiticeiro acabou se afogando nessas águas por ele mesmo invocadas - caso não tenha sucumbido antes ao delírio de que esta sabedoria é boa e aquela outra, má. É destes adeptos que provêm os doentes preocupantes, os que julgam ter uma missão profética. Isto porque a cisão artificial entre a sabedoria verdadeira e a falsa cria uma tamanha tensão na alma, que dela surge uma solidão e uma dependência como a do morfinômano, o qual sempre espera encontrar companheiros de vício."

 C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"Verdadeiramente, aquele que olha o espelho da água vê em primeiro lugar sua própria imagem. Quem caminha em direção a si mesmo corre o risco do encontro consigo mesmo. O espelho não lisonjeia, mostrando fielmente o que quer que nele se olhe; ou seja, aquela face que nunca mostramos ao mundo, porque a encobrimos com Ά persona, a máscara do ator. Mas o espelho está por detrás da máscara e mostra a face verdadeira.  Esta é a primeira prova de coragem no caminho interior, uma prova que basta para afugentar a maioria, pois o encontro consigo mesmo pertence às coisas desagradáveis que evitamos, enquanto pudermos projetar o negativo à nossa volta. 

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" O encontro consigo mesmo significa, antes de mais nada, o encontro com a própria sombra. A sombra é no entanto, um desfiladeiro. um portal estreito cuja dolorosa exiguidade não poupa quem quer que desça ao poço profundo. 

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"Mal o inconsciente nos toca e já o somos, na medida em que nos tornamos inconscientes de nós mesmos. Este é o perigo originário que o homem primitivo conhece instintivamente...e que é objeto de seu pavor. Sua consciência ainda é insegura e se sustenta sobre pés vacilantes. Uma onda do inconsciente pode facilmente arrebatá-lo e ele se esquecer de quem era, fazendo coisas nas quais não se reconhece. Por isso, os primitivos temem os afetos (emoções) descontrolados, pois neles a consciência submerge com facilidade, dando espaço à possessão. Todo o esforço da humanidade concentrou-se por isso na consolidação da consciência.  Os ritos serviam para esse fim, os dogmas; eles eram os muros construídos contra os perigos do inconsciente. O rito primitivo, consiste, pois, em exorcizar os espíritos, quebrar feitiços, desviando dos maus agouros; consiste também em propiciação, purificação e coisas análogas. São esses muros erigidos desde os primórdios que se tornaram mais tarde os fundamentos da Igreja. Portanto, são estes os muros que desabam quando os símbolos perdem a sua vitalidade. Então o nível das águas sobe, e catástrofes incomensuráveis se precipitam sobre a humanidade."

 C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" As pessoas de maior discernimento já compreenderam há muito que as condições históricas externas de qualquer tipo constituem meras ocasiões para os verdadeiros perigos que ameaçam a existência, ou seja, os sistemas político-sociais delirantes, os quais não devem ser considerados como conseqüências necessárias de condições externas, mas sim como decisões precipitadas pelo inconsciente coletivo."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"Esta problemática é nova, pois em todas as épocas precedentes acreditava-se em deuses de um modo ou de outro. Foi necessário um depauperamento dos símbolos para que se descobrisse de novo os deuses como fatores psíquicos, ou seja, como arquétipos do inconsciente."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" Enquanto o inconsciente pessoal consiste em sua maior parte de complexos, o conteúdo do inconsciente coletivo é constituído essencialmente de arquétipos, que são pensamentos elementares" ou "primordiais."

C

"Acaso não vemos como

.Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"uma nação inteira ressuscita um símbolo arcaico e até formas arcaicas de religião - e como essa nova emoção transforma o indivíduo de um modo catastrófico? O homem do passado está vivo dentro de nós de um modo que antes da guerra nem poderíamos imaginar, e em última análise o destino das grandes nações não é senão a soma das mudanças psíquicas dos indivíduos?"

 C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"Na medida em que uma neurose é um assunto particular e suas raízes estão fincadas exclusivamente em causas pessoais, os arquétipos não desempenham papel algum. Mas se a neurose é uma questão de incompatibilidade geral, ou causa um estado de certo modo prejudicial num número relativamente grande de indivíduos, somos obrigados a constatar a presença de arquétipos."

 C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

"Uma vez que na maioria dos casos as neuroses não são apenas fenômenos particulares, mas sim sociais, devemos admitir geralmente a presença de arquétipos: o tipo de arquétipo que corresponde à situação é reativado, e disso resultam as referidas forças motrizes ocultas nos arquétipos que, por serem explosivas, são tão perigosas e de conseqüências imprevisíveis.

 C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

 "Quando algo ocorre na vida que corresponde a um arquétipo, este é ativado e surge uma compulsão que se impõe a modo de uma reação instintiva contra toda a razão e vontade, ou produz um conflito de dimensões eventualmente patológicas, isto é, uma neurose."

 C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"Ora, sabemos pela experiência médica que a projeção é um processo inconsciente automático, através do qual um conteúdo inconsciente para o sujeito é transferido para um objeto, fazendo com que este conteúdo pareça pertencer ao objeto. A projeção cessa no momento em que se torna consciente, isto é, ao ser constatado que o conteúdo pertence ao sujeito."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"A anima é um fator da maior importância na psicologia do homem, sempre que são mobilizadas suas emoções e afetos. Ela intensifica, exagera, falseia e mitologiza todas as relações emocionais com a profissão e pessoas de ambos os sexos. As teias da fantasia a ela subjacentes são obra sua. Quando a anima é constelada mais intensamente ela abranda o caráter do homem, tornando-o excessivamente sensível, irritável, de humor instável, ciumento, vaidoso e desajustado. Ele vive num estado de mal-estar consigo mesmo e o irradia a toda volta. Às vezes, a relação do homem com uma mulher que capturou sua anima revela a existência da síndrome."

 C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"Pessoas mais jovens, antes de atingirem a metade da vida (por volta dos trinta e cinco anos) conseguem suportar sem dano até mesmo a perda aparentemente total da anima. Em todo caso, neste estágio um homem deveria conseguir ser um homem. À medida em que cresce, o jovem deve poder libertar-se do fascínio pela anima, exercido sobre ele pela mãe. Depois da metade da vida, no entanto, a perda permanente da anima significa uma diminuição progressiva de vitalidade, flexibilidade e humanidade. Em regra geral, disso vai resultar uma rigidez prematura, quando não uma esclerose, estereotipia, unilateralidade fanática, obstinação, pedantismo ou seu contrário: resignação, cansaço, desleixo, irresponsabilidade e finalmente um ramoiissement infantil, com tendência ao alcoolismo. Depois da metade da-vida deveria restabelecer-se, na medida do possível, a conexão com a esfera da vivência arquetípica."

 C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" "Nem o princípio materno nem o paterno podem existir sem o seu oposto, pois ambos eram um só no início e tornar-se-ão um só no fim. A consciência só pode existir através do permanente reconhecimento e respeito do inconsciente: toda vida tem que passar por muitas mortes." 

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" A emoção é aquele momento em que o aço ao golpear a pedra produz uma faísca: emoção é a fonte principal de toda tomada de consciência, Não há transformação de escuridão em luz, nem de inércia em movimento, sem emoção. "

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"A psique está longe de ter uma unidade; pelo contrário, ela é uma mistura borbulhante de impulsos, bloqueios e afetos contraditórios e o seu estado conflitivo é, para muitas pessoas, tão insuportável, que elas desejam a salvação apregoada pela teologia. Salvação do quê? Naturalmente, de um estado psíquico altamente duvidoso. A unidade da consciência, isto é, da chamada personalidade, não é uma realidade, mas um desideratum." 

 C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"Exagerando um pouco, poderíamos até dizer que a persona é o que não se é realmente, mas sim aquilo que os outros e a própria pessoa acham que se é. Em todo caso a tentação de ser o que se aparenta é grande, porque a persona freqüentemente recebe seu pagamento à vista."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" Um ser humano possuído por sua sombra está postado em sua própria luz, caindo em suas próprias armadilhas. Sempre que possível, ele prefere exercer uma impressão desfavorável sobre os outros. Em geral, não tem sorte, porque vive abaixo de si mesmo, e no máximo alcança o que não lhe convém. Onde não há soleira na qual possa tropeçar, ele a constrói, imaginando ter feito algo útil."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"A possessão provocada pela anima ou animus apresenta entretanto uma outra imagem. Em primeiro lugar, ao dar-se a transformação da personalidade, evidenciam-se os traços do sexo oposto: no homem, o feminino e, na mulher, o masculino. No estado de possessão ambas as figuras perdem seu encanto e seus valores, que só possuem em estado de despreocupação em relação ao mundo (introversão), isto é, quando constroem uma ponte para o inconsciente. Voltada para fora, a anima é volúvel, desmedida, caprichosa, descontrolada, emocional, às vezes demoníacamente intuitiva, indelicada, perversa, mentirosa, bruxa e mística. 0 animus, pelo contrário, é rígido, cheio de princípios, legalista, dogmático, reformador do mundo, teórico, emaranhando-se em argumentos, polêmico, despótico. Ambos têm mau gosto: a anima é cercada de indivíduos medíocres e o animus se presta a pensamentos medíocres." 

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"Quando se dá um estado emocional intenso, dizemos ou fazemos coisas que ultrapassam a medida usual. Não é preciso muito: amor e ódio, alegria e tristeza bastam muitas vezes para acarretar uma troca entre o eu e o inconsciente. Até mesmo idéias muito estranhas podem apoderar-se em tais circunstâncias de pessoas normalmente sadias. Grupos, comunidades e até mesmo povos inteiros podem ser tomados por epidemias psíquicas."

 C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"O indivíduo na multidão torna-se facilmente uma vítima de sua sugestionabilidade. Só é necessário que algo aconteça, por exemplo, uma proposta apoiada por todos para que cada um concorde, mesmo que se  trate de algo imoral. Na massa não se sente nenhuma responsabilidade, mas também nenhum medo. A pessoa depende continuamente da embriaguez da massa a fim de consolidar a vivência e poder acreditar nela. Quando não está mais na multidão, a pessoa toma-se outro ser, incapaz de reproduzir o estado anterior. 

 C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

 "Na massa predomina a (participation mystique), que nada mais é do que uma identidade inconsciente, onde todos ficam presos à rede invisível da relação recíproca inconsciente. Se esta condição se intensifica, cada um sente-se arrastado pela onda coletiva de identificação com os outros. Pode até mesmo ser uma sensação agradável - uma ovelha entre dez mil ovelhas. Voltando depois a nós mesmos, descobrimos que meu nome civil é este ou aquele, que moro nesta ou naquela rua, no terceiro andar e que aquela história, no fundo, foi muito prazerosa; e esperamos que amanhã ela se repita a fim de que eu possa sentir-me de novo como um povo inteiro, o que é bem melhor do que ser apenas o cidadão χ ou y.

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"A identificação regressiva com estados de consciência inferiores e mais primitivos é sempre ligada a um maior sentido de vida, donde o efeito vivificante das identificações regressivas com os ancestrais meio teriomórficos da idade da Pedra,  sendo os acontecimentos na Alemanha nazista o evento clássico desse fenômeno."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" O primitivo não pode afirmar que ele pensa, mas sim que "algo pensa dentro dele". A espontaneidade do ato de pensar não está causalmente em sua consciência, mas em seu inconsciente. Sua consciência é ameaçada por um inconsciente poderosíssimo, daí o temor de influências mágicas que a qualquer momento podem atravessar a sua intenção e por esse motivo ele está cercado de poderes desconhecidos aos quais deve ajustar-se de algum modo."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"Nos estados de intensidade reduzida da consciência como: nos sonhos, sonhos acordados, delírios, visões, etc., cessa a inibição provocada pela concentração da consciência sobre os conteúdos inconscientes, e assim jorra como que saindo de portas laterais abertas, o material até então inconsciente, para o campo da consciência."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"Na realidade nunca nos libertaremos legitimamente do fundamento arquetípico, a não ser que estejamos dispostos a pagar o preço de uma neurose, da mesma forma que não nos livraremos de nosso corpo e de seus órgãos sem cometer suicídio. Já que não podemos negar os arquétipos ou torná-los inócuos de algum modo, cada nova etapa conquistada na diferenciação cultural da consciência confronta-se com a tarefa de encontrar uma nova interpretação correspondente a essa etapa, a fim de conectar a vida do passado, ainda existente em nós com a vida do presente, se este ameaçar furtar-se àquele. Se esta conexão não ocorrer cria-se uma consciência desenraizada, que não se orienta pelo passado, uma consciência que sucumbe desamparada a todas as sugestões, tornando-se suscetível praticamente a toda sorte de epidemia psíquica."

Carl Gustav Jung

"O ato principal do herói é vencer o monstro da escuridão: a vitória esperada da consciência sobre o inconsciente. Dia e luz são sinônimos da consciência, noite e escuridão, do inconsciente. A tomada de consciência é provavelmente a experiência mais forte dos tempos primordiais, pois é através dela que se fez o mundo, de cuja existência ninguém suspeitava antes. "E Deus disse: Faça-se a luz !" É a projeção daquela vivência imemorial da consciência se destacando do inconsciente. Ainda hoje, a posse da alma é algo precário entre os primitivos, e a "perda da alma" é uma doença anímica típica, que leva a medicina primitiva a tomar múltiplas medidas psicoterapêuticas. Por isso, a "criança" já se destaca por feitos que indicam a meta da vitória sobre a escuridão."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" Uma consciência mais elevada, ou um saber que ultrapassa a consciência atual, é equivalente a estar sozinho no mundo. A solidão expressa a oposição entre o portador ou o símbolo da consciência mais alta e o seu meio ambiente."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" É a alteridade psíquica que possibilita verdadeiramente a consciência. A identidade não possibilita a consciência. Somente a separação, o desligamento e o confronto doloroso através da oposição, pode gerar consciência e conhecimento." 

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"Devo começar com uma breve constatação: no inconsciente de cada homem está oculta uma personalidade feminina e há uma personalidade masculina oculta em cada mulher. É fato bem conhecido que o sexo é determinado por uma maioria de genes masculinos ou femininos. A minoria dos genes do outro sexo não desaparece. O homem tem portanto em si um lado de características femininas, isto é, ele mesmo tem uma forma feminina inconsciente, fato de que em geral ele não tem a menor consciência. Presumo que todos já sabem que chamei esta figura de anima."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

 

 "A figura da sombra personifica tudo o que o sujeito não reconhece em si e sempre o importuna, direta ou indiretamente, como por exemplo traços inferiores de caráter e outras tendências incompatíveis."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" Se é que compreendemos algo acerca do inconsciente, sabemos que ele não pode ser engolido. Sabemos também que não se trata simplesmente de reprimi-lo, uma vez que tivemos a experiência de que o inconsciente é vida, a qual se volta contra nós se for reprimida, como ocorre nas neuroses."

C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

" A meta de uma psicoterapia que não se contenta apenas com a cura dos sintomas é a de conduzir a personalidade em direção à totalidade."

 C.G. Jung ( Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo)

 

"A identificação com o próprio cargo ou título pode ser muito tentadora,
mas é o motivo pelo qual tantas pessoas não são mais do que
a dignidade a elas concedida pela sociedade. Procuraríamos em
vão uma personalidade atrás da casca. Sob o envoltório pomposo
encontraríamos um homenzinho deplorável. O cargo ou
qualquer tipo de casca exterior exerce um grande fascínio, porque
representa uma fácil compensação das deficiências pessoais."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Trazendo o inconsciente pessoal à consciência, a análise
torna o indivíduo consciente de coisas que, em geral, já conhecia
nos outros, mas não em si mesmo. Tal descoberta o torna
menos original e mais coletivo."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Os primitivos se identificam mais ou menos com a psique coletiva, possuindo
assim todas as virtudes e todos os vícios coletivos, sem
caráter pessoal e sem contradição interna. A contradição só
aparece quando começa o desenvolvimento pessoal da psique
e quando a razão descobre a natureza irreconciliável dos opostos.
A conseqüência desta descoberta é o conflito da repressão.
Queremos ser bons e portanto devemos reprimir o mal; e com
isto, o paraíso da psique coletiva chega ao fim. A repressão da
psique coletiva foi uma condição necessária para o desenvolvimento
da personalidade. No tocante aos primitivos, o desenvolvimento
da personalidade, ou melhor, o desenvolvimento da
pessoa é uma questão de prestígio mágico. A figura do feiticeiro
e a do chefe da tribo são significativas: ambos se distinguem
pela singularidade de seus ornamentos e de seu modo de vida,
que exprimem seu papel social. A peculiaridade de sua aparência
externa o separa dos demais e tal segregação é realçada pela
posse de segredos rituais. Por estes e outros meios, o primitivo
cria um invólucro que o cerca, que pode ser designado como
persona (máscara)."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Como sabemos, os primitivos usam máscaras
nas cerimônias do totem, como meios de exaltar ou
transformar a personalidade. Desta forma, o indivíduo favorecido
é aparentemente afastado da esfera da psique coletiva
e, na medida em que consegue identificar-se com sua persona, é
realmente afastado. Tal afastamento significa prestígio mágico.
Pode-se facilmente dizer que o motivo determinante deste processo
é a vontade de poder. Mas isto supõe o esquecimento de
que a formação do prestígio é sempre um produto do compromisso
coletivo: não só deve haver alguém que deseje o prestígio,
como um público que procure alguém para prestigiar.
Assim sendo, seria inexato dizer que alguém adquire prestígio
devido à sua vontade de poder individual; trata-se, muito mais,
de uma questão coletiva. Quando a sociedade, como conjunto,
necessita de uma figura que atue magicamente, serve-se da
vontade de poder do indivíduo e da vontade de submissão da
massa como veículo, possibilitando assim a criação do prestígio
pessoal. Este último é um fenômeno da maior importância para
a vida coletiva dos povos, tal como nos mostra a história política
em seus primórdios."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Todo indivíduo é, inconscientemente, pior em sociedade
do que quando atua por si só. O motivo é que a sociedade o
arrasta e na mesma medida o torna isento de sua responsabilidade
individual. Um grupo numeroso de pessoas, ainda que
composto de indivíduos admiráveis, revela a inteligência e moralidade
de um animal pesado, estúpido e predisposto à violência. Quanto maior a organização, mais duvidosa é sua moralidade.(Senatus bestia, senatores
boni viri.)"

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"O homem de hoje, que se volta para o ideal coletivo,
faz de seu coração um antro de criminosos. Isto pode
ser facilmente verificado pela análise de seu inconsciente, ainda
que este não o perturbe. Se a "adaptação"  ao seu ambiente
é normal, nem mesmo a maior infâmia de seu grupo o perturbará,
contanto que a maioria dos companheiros esteja convencida
da alta moralidade de sua organização social. Pois bem,
tudo o que eu disse acerca da influência da sociedade sobre
o indivíduo é igualmente válido no que concerne à influência
do inconsciente coletivo sobre a psique individual."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Ao analisarmos a persona, dissolvemos a máscara e descobrimos
que, aparentando ser individual, ela é no fundo coletiva;
em outras palavras, a persona não passa de uma máscara da
psique coletiva."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Na medida em que o indivíduo se identifica totalmente com seu papel social, ou seja, sua persona, ele torna-se inconsciente do si-mesmo."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"A riqueza de possibilidades da psique coletiva confunde e 
ofusca. Com a dissolução da persona desencadeia-se a fantasia
espontânea, a qual, aparentemente, não é mais do que a atividade
específica da psique coletiva. Tal atividade traz à tona
conteúdos, cuja existência era antes totalmente ignorada. Na
medida em que aumenta a influência do inconsciente coletivo,
a consciência perde seu poder de liderança. Imperceptivelmente,
vai sendo dirigida, enquanto o processo inconsciente e impessoal
toma o controle. Assim pois, sem que o perceba, a personalidade
consciente, como se fora uma peça entre outras num tabuleiro
de xadrez, é movida por um jogador invisível. É este quem
decide o jogo do destino e não a consciência e suas intenções."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Deste modo, um obstáculo aparentemente invencível seria
superado. Assim, pois, encaro a perda de equilíbrio como algo
adequado, pois substitui uma consciência falha, pela atividade
automática e instintiva do inconsciente, que sempre visa a criação
de um novo equilíbrio; tal meta será alcançada sempre
que a consciência for capaz de assimilar os conteúdos produzidos
pelo inconsciente, isto é, quando puder compreendê-los
e digeri-los. Se o inconsciente dominar a consciência, desenvolver-
se-á um estado psicótico. No caso de não prevalecer nem
processar-se uma compreensão adequada, o resultado será um
conflito que paralisará todo progresso ulterior."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"O colapso da orientação consciente não é assunto negligenciável.
Corresponde a um fim de mundo em miniatura, como
se tudo voltasse de novo ao caos original. O indivíduo sente-se
abandonado, desorientado, como um barco sem leme entregue
ao capricho dos elementos. Pelo menos, assim parece. Na realidade,
porém, mergulhou de novo no inconsciente coletivo, que
assume a direção."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

                          Restabelecimento regressivo da persona

 

"Seria um erro, no entanto, supor que casos
desta espécie aparecem apenas durante o tratamento analítico.
Tal processo pode ser observado igualmente, e às vezes com
mais nitidez, em outras situações vitais; de modo particular,
nas existências em que houve uma intervenção violenta e destruidora
do destino. Todos, é claro, podem sofrer golpes adversos,
mas na maioria dos casos as feridas se curam e não deixam
mutilações. Mas aqui se trata de experiências destruidoras, que
podem aniquilar o indivíduo, ou pelo menos aleijá-lo. Tomemos
como exemplo um homem de negócios, que se arriscou demais
e chegou à bancarrota. Se essa experiência deprimente não
desanimá-lo e se, corajosamente, ele conseguir manter a ousadia,
acrescida de um pouco de prudência salutar, sua ferida cicatrizará,
sem dano permanente. Mas pode ocorrer que se sinta
destruído e renuncie então a qualquer risco futuro, procurando
laboriosamente salvar sua reputação social, nos marcos de uma
personalidade muito mais limitada; poderá até mesmo rebaixarse
a um trabalho inferior, num posto muito abaixo de suas
possibilidades, como uma criança assustada. Dessa forma, tecnicamente
falando, estará tentando restaurar sua persona por
via regressiva. Em conseqüência do temor, recuará a uma fase
anterior de sua personalidade, e se rebaixará, pretendendo ser
o que era antes da experiência crítica, mas incapaz até mesmo
de pensar em repetir tal risco. Talvez tenha desejado antes,
mais do que podia realizar; agora, no entanto, nem ousa tentar
aquilo de que é capaz.,Tais experiências ocorrem em todos os domínios da vida
e de todos os modos possíveis.

Carl G. Jung

 

"Só o encontro com aquilo que realmente somos tem o poder de curar-nos."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Tal como o profeta, é uma imagem primordial
da psique coletiva, o discípulo do profeta também o é.
 Em ambos os casos, a inflação provém do inconsciente
coletivo e a independência da individualidade é lesada. Mas
uma vez que nem todos possuem a força de uma individualidade
independente, a fantasia do discípulo é talvez a mais conveniente.
As gratificações da inflação decorrente representam, pelo menos,
uma pequena compensação pela perda da liberdade espiritual.
Nem devemos subestimar o fato de que a vida de um profeta,
real ou imaginário, é cheia de tristezas, desapontamentos e
privações; assim, pois, o bando de discípulos e a gritaria dos
hosanna têm o valor de uma compensação. Tudo isto é humanamente
tão compreensível, que quase deveria surpreender-nos
se conduzisse a algo mais além."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 
ser único, na medida em que por "individualidade" entendermos
nossa singularidade mais íntima, última e incomparável, significando
também que nos tornamos o nosso próprio si-mesmo.
Podemos pois traduzir "individuação" como "tornar-se si-mesmo" ou "o realizar-se do si-mesmo."

Carl Gustav Jung

 

"A renúncia do si-mesmo em favor do coletivo corresponde a um ideal social; passa até mesmo por dever social e virtude, embora possa significar às vezes um abuso egoísta. O egoísta nada
tem a ver com o conceito de si-mesmo, tal como aqui o usamos. Por outro lado, a realização do si-mesmo parece ser o contrário do despojamento do si-mesmo. Este mal-entendido é geral, uma vez que não se distingue corretamente individualismo de individuação. A individuação, no entanto, significa precisamente a realização melhor e mais completa das qualidades
coletivas do ser humano; é a consideração adequada e não o esquecimento das peculiaridades individuais, o fator determinante de um melhor rendimento social."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"A individuação, portanto, só pode significar
um processo de desenvolvimento psicológico que faculte
a realização das qualidades individuais dadas; em outras palavras,
é um processo mediante o qual um homem se torna o ser
único que de fato é. Com isto, não se torna "egoísta", no sentido
usual da palavra, mas procura realizar a peculiaridade do
seu ser e isto, como dissemos, é totalmente diferente do egoísmo
ou do individualismo."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"A meta da individuação não é outra senão a de despojar
o si-mesmo dos invólucros falsos da persona, assim como do
poder sugestivo das imagens primordiais."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente

 

"Na medida do alcance de nossa experiência atual, podemos
dizer que os processos inconscientes se acham numa relação
compensatória em relação à consciência. Uso de propósito a
expressão "compensatória" e não a palavra "oposta", porque
consciente e inconsciente não se acham necessariamente em
oposição, mas se complementam mutuamente, para formar uma
totalidade: o si-mesmo."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente

 

"Quanto mais conscientes nos tornamos de nós mesmos
através do autoconhecimento, atuando conseqüentemente, tanto
mais se reduzirá a camada do inconsciente pessoal que recobre
o inconsciente coletivo. Desta forma, vai emergindo uma consciência
livre do mundo mesquinho, susceptível e pessoal do
eu, aberta para a livre participação de um mundo mais amplo de interesses objetivos.

C. G.Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Essa consciência ampliada não é mais
aquele novelo egoísta de desejos, temores, esperanças e ambições
de caráter pessoal, que sempre deve ser compensado ou
corrigido por contratendências inconscientes; tornar-se-á uma
função de relação com o mundo de objetos, colocando o indivíduo
numa comunhão incondicional, obrigatória e indissolúvel
com o mundo. As complicações que ocorrem neste estádio já
não são conflitos de desejos egoístas, mas dificuldades que concernem
à própria pessoa e aos outros. Neste estádio aparecem
problemas gerais que ativaram o inconsciente coletivo; eles
exigem uma compensação coletiva e não pessoal. É então que
podemos constatar que o inconsciente produz conteúdos válidos,
não só para o indivíduo, mas para outros: para muitos e talvez
para todos."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Os elgonyi, que vivem nas florestas virgens do Elgon, me
explicaram certa vez que há duas espécies de sonhos: o sonho
cotidiano do homem comum e a "grande visão", que só os
grandes homens têm, como por exemplo o mago e o cacique.
Os pequenos sonhos não têm importância alguma; mas quando
alguém sonha um "grande sonho", convoca a tribo para contá-lo
a todos. Mas como se sabe, porém, se o sonho é "grande" ou "pequeno"?
Por um sentimento intuitivo de sua importância significativa.
Tal impressão é de tal modo avassaladora, que o indivíduo
jamais pensaria guardá-lo para si. Tem de contá-lo, supondo,
de um modo psicologicamente correto, que o sonho é
importante para todos."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Não são poucas as pessoas que têm medo de admitir que
o inconsciente pode ter, até certo ponto, "grandes" idéias. Certamente,
objetarão: "Mas o senhor acredita mesmo que o inconsciente
é capaz de formular uma crítica de algum modo
construtiva para nossa mentalidade de homens ocidentais?"
Isso seria realmente um absurdo se tomássemos o problema
do ponto de vista intelectual e atribuíssemos ao inconsciente
uma psicologia consciente. Sua mentalidade é de caráter instintivo,
não tem funções diferenciadas, nem pensa segundo os
moldes daquilo que entendemos por "pensar". Ele somente cria
uma imagem que responde à situação da consciência; esta imagem
é tão impregnada de idéia como de sentimento e poderá
ser tudo, menos o produto de uma reflexão racionalista. Seria
mais certo considerarmos tal imagem como uma visão artística."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"E o consciente, pode indagar por que existe esse
terrível conflito entre o bem e o mal? O inconsciente poderá
responder: "Olha bem, os dois necessitam-se mutuamente; pois
mesmo no melhor e precisamente no melhor existe o germe
do mal. E nada é tão mau que não possa produzir um bem."

C

.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"sempre parti do ponto de vista que o
inconsciente não faz mais do que reagir aos conteúdos conscientes;
é como se faltasse ao primeiro qualquer iniciativa, apesar
de sua reação ser rica de significado. Não pretendo, no
entanto, provar que em todos os casos o inconsciente é apenas
reativo. Pelo contrário, há muitas experiências que parecem
demonstrar a espontaneidade do inconsciente e sua possibilidade
de apropriar-se da direção do processo psíquico. São inúmeros
os casos de pessoas que permaneceram estagnadas numa inconsciência
mesquinha, até que por fim se tornaram neuróticas. A
neurose desencadeada pelo inconsciente tira-as da apatia, muitas
vezes contrariando sua preguiça e sua desesperada resistência."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Poder-se-ia perguntar aqui por que é tão desejável que um
homem se individue. Eu acrescentaria que não só é desejável
como também é absolutamente necessário que o seja. Caso contrário,
sua fusão com os outros o levaria a situações e ações
que o poriam em desarmonia consigo mesmo. Dos estados de
mistura inconsciente e de indiferenciação brotam compulsões
e ações que se opõem àquilo que se é realmente. Dessa forma,
o homem não pode sentir-se unido consigo mesmo, nem poderá
aceitar uma responsabilidade. Sentir-se-á numa condição degradada,
carente de liberdade e de ética. A desunião consigo mesmo
é a condição neurótica por excelência, que se torna insuportável
para o indivíduo e da qual ele quer livrar-se. Mas esta libertação
só ocorre quando ele se torna capaz de agir em conformidade
com o ser que ele é. Inicialmente, o homem tem para
isso apenas um sentimento vago e inseguro; no entanto, à
medida em que seu desenvolvimento avança, tal sentimento
torna-se mais claro e forte. Quando alguém pode dizer, verdadeiramente,
acerca de seus estados interiores e de seus atos:
"Assim sou, e assim atuo", então terá alcançado essa unidade
consigo mesmo, ainda que dolorosamente; pode assumir a responsabilidade
de seus atos contra toda resistência."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Reconheçamos
que nada é tão difícil quanto suportar-se a si mesmo.
("Buscavas a carga mais pesada e te encontraste". Nietzsche.)
No entanto, até esta realização dificílima será possível, se conseguirmos
distinguir os conteúdos inconscientes de nós mesmos.
O introvertido descobre tais conteúdos em si mesmo, enquanto
o extrovertido os projeta em objetos humanos. Em ambos os
casos, os conteúdos inconscientes determinam ilusões perturbadoras
que nos falsificam, assim como às nossas relações com
os outros, tornando ambas irreais. Estas são as razões pelas
quais a individuação é indispensável para certas pessoas; ela
não significa uma simples necessidade terapêutica, mas representa
um alto ideal, uma idéia do que podemos fazer de melhor.
É oportuno acrescentar que isso equivale ao primitivo ideal
cristão do Reino do Céu, que "está dentro de vós". A idéia
básica deste ideal é que a ação correta provém do pensamento
correto, e que não há possibilidade de cura ou de melhoria no
mundo que não comece pelo próprio indivíduo. Para dizer as
coisas drasticamente: o homem que vive num asilo de mendigos
ou o parasita nunca resolverão a questão social."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Dei a este ponto central o nome de si-mesmo (Selbst).
Intelectualmente, ele não passa de um conceito psicológico, de
uma construção que serve para exprimir o incognoscível que,
obviamente, ultrapassa os limites da nossa capacidade de compreender.
O si-mesmo também pode ser chamado "o Deus em
nós". Os primórdios de toda nossa vida psíquica parecem surgir
inextricavelmente deste ponto e as metas mais altas e derradeiras
parecem dirigir-se para ele. Tal paradoxo é inevitável
como sempre que tentamos definir o que ultrapassa os limites
de nossa compreensão."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"A humanidade, em sua essência, continua num estado infantil,
psicologicamente falando. Essa fase não pode ser omitida. A
grande maioria necessita de autoridade, diretriz, lei. Tal fato
não pode ser negligenciado. A superação paulina da lei só
serve para aqueles que são capazes de pôr a alma no lugar da
consciência moral. São poucos os que estão aptos para isto.
("Muitos são os chamados, poucos os eleitos."). E estes poucos
só trilharão tal caminho por uma coação interna, para não
dizer pelo sofrimento, pois esse caminho é como um fio de
navalha."

C.G. Jung - (O Eu e o Inconsciente)

 

"Quando se acompanha atentamente a história de uma neurose, sempre se depara com o momento crítico do aparecimento de um problema do qual o indivíduo se desviou. Ora, esse desviar-se é uma reação tão natural e constante como a preguiça, o comodismo, a covardia, o medo, o não saber e a inconsciência que estão em sua base. Em geral hesitamos diante de coisas desagradáveis, difíceis e perigosas, e delas não nos aproximamos."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente.

 

"Quando, finalmente, deparamos com o verdadeiro sentido de um sonho, já penetramos no âmago dos segredos de quem sonhou e vemos, cheios de espanto, como um sonho aparentemente desprovido de sentido é engenhoso e só exprime coisas graves e importantes. Esta constatação requer de nossa parte um maior respeito pelo que se chama de superstição da interpretação de sonhos, que o racionalismo da nossa época desprezou ostensivamente até agora. Como diz Freud, a análise do sonho é a "via regia" para se chegar ao inconsciente; por conduzir aos segredos pessoais mais profundos, torna-se um instrumento de inestimável valor nas mãos do médico e educador da alma."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente.

 

"O método analítico em geral, e não só a psicanálise freudiana, consiste precipuamente em numerosas análises de sonhos, já que são eles que vão trazendo à tona, sucessivamente, os conteúdos do inconsciente no decorrer do tratamento, expondo-os à força purificadora da luz do dia. Nesse processo também são redescobertos muitos fragmentos valiosos, que se julgava perdidos. Assim sendo, o início do tratamento não pode deixar de ser um suplício para muitas pessoas que têm uma falsa imagem de si mesmas, pois, aplicando o antigo ditado místico "abre mão do que tens e receberás", terão que renunciar a quase todas as caras ilusões que têm a seu respeito, para deixar brotar algo muito mais profundo, maior e mais belo dentro de si. Uma sabedoria antiquíssima volta a luz do dia, com o tratamento. Curiosamente, é no auge da nossa cultura atual que esse tipo de educação da alma se faz necessária. Tal processo educativo é comparável, em mais de um aspecto, à técnica socrática, não obstante serem bem maiores as profundidades atingidas pela análise."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

lidade sem motivo aparente, e todo um séquito de sintomas nervosos."A orientação da pesquisa freudiana tentava demonstrar a primazia do fator erótico-sexual na origem do conflito patogênico. Segundo essa teoria, há uma colisão entre a tendência do consciente e o desejo imoral, incompatível, do inconsciente. O desejo inconsciente é infantil, ou melhor, é um desejo proveniente do passado infantil que não se adequa mais ao presente, razão pela qual é reprimido, e isso por motivos morais. O neurótico tem a alma de uma criança e suporta mal as restrições arbitrárias, cujo sentido não reconhece; aliás, ele procura apropriar-se dessa moral, mas desavém-se consigo mesmo. Quer reprimir-se, por um lado, e libertar-se, por outro. A este conflito damos o nome de neurose. Se esse conflito fosse claro e totalmente consciente, é provável que nunca daria origem a sintomas neuróticos; estes só aparecem quando não se consegue ver o outro lado do próprio ser, nem a premência dos seus problemas. O sintoma parece produzir-se unicamente nessas condições, e ajuda o lado não reconhecido da alma a exprimir-se. Segundo Freud, o sintoma é, portanto, uma realização desejos não reconhecidos, que, se fossem reconhecidos, entrariam em violenta oposição às convicções morais. Como já dissemos, o doente não pode lidar com ele, nem melhorá-lo, aceitá-lo ou renunciar a ele porque, na realidade, seus movimentos impulsivos nem mais existem, pois foram recalcados, eliminados da hierarquia consciente, transformando-se em complexos autônomos. Pela análise, e só depois de vencidas enormes resistências, esses impulsos são devolvidos à tutela da consciência. Há pacientes que se vangloriam, dizendo que neles o lado sombrio não existe; asseguram que não têm conflitos. Não vêem, porém, que em compensação esbarram em outras tantas coisas, cuja origem desconhecem, tais como humores histéricos, artimanhas tramadas contra si mesmos ou contra o próximo, inflamações estomacais de origem nervosa, dores aqui e ali, irritabi

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"As pessoas, quando educadas para enxergarem claramente o lado sombrio de sua própria natureza, aprendem ao mesmo tempo a compreender e amar seus semelhantes; pelo menos, assim se espera. Uma diminuição da hipocrisia e um aumento do autoconhecimento só podem resultar numa maior consideração para com o próximo, pois somos facilmente levados a transferir para nossos semelhantes a falta de respeito e a violência que praticamos contra nossa própria natureza."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"A desordem é prerrogativa exclusiva do homem, cuja consciência e livre arbítrio podem desligar-se contra naturam e ocasionalmente de suas raízes animais. Esta particularidade é a base imprescindível de toda cultura, mas também da doença psíquica, quando exagerada. A cultura é tolerável só até certo ponto, o dilema sem fim entre cultura e natureza, no fundo sempre uma questão de insuficiência ou excesso, nunca uma opção entre uma ou outra."

 C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Sem dúvida, ambos os cientistas vêem o sujeito em relação ao objeto; mas que diferença no modo de ver essa relação! Em Adler a ênfase é posta num sujeito que se afirma e procura manter sua superioridade sobre os objetos, sejam eles quais forem. Em Freud, ao contrário, a ênfase é posta inteiramente nos objetos, que, conforme suas características especiais, são proveitosos ou prejudiciais ao desejo de prazer do sujeito. Esta disparidade não pode ser outra coisa senão uma diferença de temperamento, uma oposição entre dois tipos de espírito humano, num dos quais o efeito determinante provém preponderantemente do sujeito e no outro, do objeto."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"O leitor perguntará, com certeza: diga-me, pelo amor de Deus, que valor e que sentido pode ter uma neurose, esse flagelo inútil e repugnante da humanidade! Ser nervoso — de que serve isso? Ora, provavelmente para as mesmas razões por que Deus criou as moscas e as demais pragas: para que o homem se exercite na virtude da paciência. Por mais tolo que seja esse pensamento do ponto de vista da ciência, ele é sábio do ponto de vista da psicologia. É só substituir "pragas" P or "sintomas nervosos". Até Nietzsche, com seu desmedido desdém por tolices e banalidades, reconheceu mais de uma vez tudo quanto devia à sua doença. Já vi mais de uma pessoa cuja vida só teve utilidade e sentido graças a uma neurose, que a impedia de cometer todas as asneiras decisivas da vida, obrigando-a a levar uma existência que desenvolvesse seus germes preciosos, que teriam sido sufocados caso a neurose, com mãos de ferro, não a tivesse colocado em seu devido lugar."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"No poderoso dia-a-dia há infelizmente pouco lugar para coisas fora dos padrões que sejam sadias. Há pouco lugar para o heroísmo ostensivo. Não que o desafio do heroísmo nunca bata à nossa porta. Muito pelo contrário! Enfrentar a vida cotidiana, com todas as suas exigências banais de dedicação, paciência, perseverança e sacrifícios, humildemente, sem visar o aplauso, sem grandes gestos heróicos — este é o nosso heroísmo cotidiano, invisível para os outros."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Pela lógica, o contrário do amor é o ódio; o contrário de Eros, Phobos (o medo). Mas, psicologicamente, é a vontade de poder. Onde impera o amor, não existe vontade de poder; e onde o poder tem precedência, aí falta o amor. Um é a sombra do outro. Quem se encontra do ponto de vista de Eros procura o contrário, que o compensa, na vontade de poder. Mas quem põe a tônica no poder, compensa-o com Eros. Visto do ponto de vista unilateral da atitude consciente, a sombra é uma parte inferior da personalidade. Por isso, é reprimida; e devido a uma intensa resistência. Mas o que é reprimido tem que se tornar consciente para que se produza a tensão entre os contrários, sem o que a continuação do movimento é impossível. A consciência está em cima, digamos assim, e a sombra embaixo, E como o que está em cima sempre tende para baixo, e o quente para o frio, assim todo consciente procura, talvez sem perceber, o seu oposto inconsciente, sem o qual está condenado à estagnação, à obstrução ou à petrificação. É no oposto que se acende a chama da vida."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Mas o problema do adulto, que já completou esse trecho do caminho com maior ou menor dificuldade, é diferente. Procurou a mãe na mulher, o pai no marido, e encontrou-os. Honrou antepassados e instituições. Por sua vez, tornou-se pai e mãe e talvez já tenha ultrapassado esta fase. De repente viu que o que antes significava para ele progresso e satisfação não passa de engodo, restos de ilusão infantil. Olha agora para tudo isso com um misto de desencanto e inveja, porque à sua frente só se descortina a perspectiva da velhice, o fim de todas as ilusões. Não há mais lugar para pai ou mãe. Todas as ilusões que projetou no mundo e nas coisas retornam a ele, pouco a pouco, cansadas, desgastadas. A energia de todas essas relações lhe é restituída e entregue ao inconsciente, onde vivifica tudo quanto até então deixara de desenvolver."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Mas se a transferência se der e for aceita, então vai-se encontrar não só uma forma natural de substituir a antiga forma, mas também uma possibilidade de dar vazão ao processo energético relativamente isento de conflitos. Logo, quando se permite que a libido siga o seu curso natural, ela encontrará por si só o caminho para o objeto que lhe é destinado. Quando isso não acontece é porque a vontade rebelou-se contra as leis da natureza ou porque houve interferências prejudiciais. Na transferência primeiramente são projetadas fantasias infantis de toda espécie e estas têm que ser corroídas, ou melhor, dissolvidas pela redução. A isso deu-se o nome de solução da transferência. Dessa maneira também se liberta a energia da sua primitiva forma inaproveitável, e mais uma vez nos encontramos diante do problema da energia disponível. Confiemos de novo na natureza, que — antes de o procurarmos — já escolheu o objeto capaz de proporcionar-lhe o fluxo adequado."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Após este comentário sobre a formação de novas idéias a partir do tesouro das imagens primordiais, voltemos ao processo da transferência. Vimos que a libido captou seu novo objeto justamente nas fantasias extravagantes e aparentemente sem nexo, a saber: os conteúdos do inconsciente coletivo. Como já dizia, a projeção das imagens primordiais no médico é um perigo que não pode ser subestimado no prosseguimento do tratamento. Essas imagens contêm não só o que há de mais belo e grandioso no pensamento e sentimento humanos, mas também as piores infâmias e os atos mais diabólicos que a humanidade foi capaz de cometer. Graças à sua energia específica (pois comportam-se como centros autônomos carregados de energia), exercem um efeito fascinante e comovente sobre o consciente e, conseqüentemente, podem provocar grandes alterações no sujeito. Isso é constatado nas conversões religiosas, em influências por sugestão e, muito especialmente, na eclosão de certas formas de esquizofrenia. 12 Se o paciente não conseguir distinguir a personalidade do médico dessas projeções, perdem-se todas as possibilidades de entendimento e a relação humana torna-se impossível. Se o paciente evitar este perigo mas cair na introjeção dessas imagens, isto é, se atribuir essas qualidades não mais ao médico mas a si mesmo, corre um perigo tão grave quanto o anterior. Na projeção ele oscila entre um endeusamento doentio e exagerado e um desprezo carregado de ódio em relação ao médico. Na introjeção passa de um autoendeusamento ridículo para uma autodilaceração moral. O erro cometido em ambos os casos consiste em atribuir os conteúdos do inconsciente coletivo a uma determinada pessoa. Assim, ele próprio, ou a outra pessoa, se transforma em deus ou no diabo. Esta é a manifestação característica do arquétipos uma espécie de força primordial se apodera da psique e a impele a transpor os limites do humano, dando origem aos excessos, à presunção (inflação!), à compulsão, à ilusão ou à comoção, tanto no bem como no mal."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Só escapa à crueldade da lei da enantiodromia (termo criado pelo filósofo Heráclito para o conceito de que uma grande força em uma direção gera uma força no sentido oposto),quem é capaz de diferenciar-se do inconsciente. Não através da repressão do mesmo — pois assim haveria simplesmente um ataque pelas costas — mas colocando-o ostensivamente à sua frente como algo à parte, distinto de si."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

 "Só mediante este trabalho preparatório será possível solucionar o dilema a que aludi anteriormente. O paciente precisa aprender a distinguir o eu do não-eu, isto é, da psique coletiva. Assim, adquire o material com que vai ter que se haver daí em diante e por muito tempo ainda. A energia antes aplicada de forma inaproveitável, patológica, encontra seu campo apropriado.! Para diferenciar o eu do não-eu é indispensável que o homem — na função de eu — se conserve em terra firme, isto é, cumpra seu dever em relação à vida e, em todos os sentidos, manifesta sua vitalidade como membro ativo da sociedade humana. Tudo quanto deixar de fazer nesse sentido cairá no inconsciente e reforçará a posição do mesmo. E ainda por cima ele se arrisca a ser engolido pelo inconsciente.

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Assim que começamos a falar do inconsciente coletivo, nós nos colocamos numa esfera, numa etapa do problema que não pode ser levada em conta no início da análise prática de jovens ou de pessoas que ficaram por demasiado tempo no estágio infantil. Quando as imagens de pai e mãe ainda têm que ser superadas e quando ainda tem que ser conquistada uma parcela de experiência da vida exterior, que o homem comum possui naturalmente, é melhor nem falar de inconsciente coletivo, nem do problema dos contrários. Mas, assim que as coisas transmitidas pelos pais e as ilusões juvenis estiverem superadas ou, pelo menos, a ponto de serem superadas, está na hora de falar do problema dos contrários e do inconsciente coletivo."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Nossa vida compara-se à trajetória do sol. De manhã o sol vai adquirindo cada vez mais força até atingir o brilho e o calor do apogeu do meio-dia. Depois vem a enantiodromia. Seu avançar constante não significa mais aumento e sim diminuição de força. Sendo assim, nosso papel junto ao jovem difere do que exercemos junto a uma pessoa mais amadurecida. No que se refere ao primeiro, basta afastar todos os obstáculos que dificultam sua expansão e ascensão. Quanto à última, porém, temos que incentivar tudo quanto sustente sua descida. Um jovem inexperiente pode pensar que os velhos podem ser abandonados, pois já não prestam para nada, uma vez que sua vida ficou para trás e só servem como escoras petrificadas do passado. É enorme o engano de supor que o sentido da vida esteja esgotado depois da fase juvenil de expansão, que uma mulher esteja "liquidada" ao entrar na menopausa. O entardecer da vida humana é tão cheio de significação quanto o período da manhã. Só diferem quanto ao sentido e intenção.14 O homem tem dois tipos de objetivo. O primeiro é o objetivo natural, a procriação dos filhos e todos os serviços referentes à proteção da prole; para tanto, é necessário ganhar dinheiro e posição social. Alcançado esse objetivo, começa a outra fase: a do objetivo cultural. Para atingir o primeiro objetivo, a natureza ajuda; e, além dela, a educação. Para o segundo objetivo, contamos com pouca ou nenhuma ajuda. Freqüentemente reina um falso orgulho que nos faz acreditar que o velho tem que ser como o moço ou, pelo menos, fingir que o é, apesar de no íntimo não estar convencido disso. É por isso que a passagem da fase natural para a fase cultural é tão tremendamente difícil e amarga para tanta gente; agarram-se às ilusões da juventude ou a seus filhos para assim salvar um resquício de juventude. Pode-se notar isso principalmente nas mães que põem nos filhos o único sentido da vida e acreditam cair num abismo sem fundo se tiverem que renunciar a eles. Não é de admirar que muitas neuroses graves se manifestem no início do outono da vida. É uma espécie de segunda puberdade ou segundo período de "impetuosidade", não raro acompanhado de todos os tumultos da paixão ("idade perigosa"). Mas as antigas receitas não servem mais para resolver os problemas que se colocam nessa idade. Tal relógio não permite girar os ponteiros para trás. O que a juventude encontrou e precisa encontrar fora, o homem no entardecer da vida tem que encontrar dentro de si. Estamos diante de novos problemas, e não são poucas as dores de cabeça que o médico tem por causa disso."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"As necessidades práticas do tratamento dos doentes obrigaram-me a buscar meios e caminhos que me guiassem para fora desse estado inaceitável. Cada vez que o homem se encontra diante de um obstáculo aparentemente intransponível, ele recua; faz uma regressão, para usar a expressão técnica. Recua ao tempo em que se encontrava numa situação parecida e tentará empregar novamente os meios que outrora lhe haviam servido. Mas o que ajudava na juventude já não tem eficácia. De que serviu ao empresário americano voltar ao antigo trabalho? Simplesmente não adiantava mais. A regressão continua até a infância (por isso muitos neuróticos velhos se infantilizam) e finalmente até o tempo anterior à infância. Isto soa como uma aventura; na realidade, porém, trata-se de algo que não só é lógico mas também possível."

 C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Mencionamos anteriormente o fato de o inconsciente conter como que duas camadas: uma pessoal e outra coletiva. A camada pessoal termina com as recordações infantis mais remotas; o inconsciente coletivo, porém, contém o tempo pré-infantil, isto é, os restos da vida dos antepassados. As imagens das recordações do inconsciente coletivo são imagens não preenchidas, por serem formas não vividas pessoalmente pelo indivíduo. Quando, porém, a regressão da energia psíquica ultrapassa o próprio tempo da primeira infância, penetrando nas pegadas ou na herança da vida ancestral, aí despertam os quadros mitológicos: os arquétipos. 15 Abre-se então um mundo espiritual interior, de cuja existência nem sequer suspeitávamos. Aparecem conteúdos que talvez contrastem violentamente com as convicções que até então eram nossas. É tal a intensidade desses quadros, que nos parece inteiramente compreensível que milhões de pessoas cultas tenham aderido à teosofia ou à antroposofia, pois esses sistemas gnósticos modernos vêm ao encontro da necessidade de exprimir e formular os indizíveis acontecimentos interiores."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Devido ao seu parentesco com as coisas físicas,4 os arquétipos quase sempre se apresentam em forma de projeções, e j quando estas são inconscientes, manifestam-se nas pessoas com quem se convive, subestimando ou sobre-estimando-as, provocando desentendimentos, discórdias, fanatismos e loucuras de todo tipo. Não é outra a razão pela qual se diz que "fulano endeusou sicrano" ou "fulano de tal é a 'besta negra' de X". Esta é a origem dos mitos modernos, em outras palavras, dos boatos fantásticos, das mil e uma desconfianças e preconceitos.! Os arquétipos são, portanto, coisas extremamente importantes, de efeito considerável, e que merecem toda a nossa atenção.! Não devem ser simplesmente reprimidos, mas, devido ao perigo! de contaminação psíquica, convém levá-los muito a sério."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Essa aspiração se exprime das mais variadas formas, entre quase todos os primitivos, inclusive entre aqueles que, embora um pouco desenvolvidos, ainda não tornaram a degenerar: trata-se da instituição da iniciação ou sagração do homem. O jovem que atinge a puberdade é conduzido à casa dos homens ou a qualquer outro local destinado à consagração. Lá, é sitematicamente alienado da família. É iniciado ao mesmo tempo nos segredos da religião, numa relação totalmente nova, revestido de uma personalidade nova e diferente, é introduzido num mundo novo, como um "quasi modo genitus" (como que renascido). A iniciação freqüentemente implica toda uma gama de torturas, circuncisão ou coisas do gênero. Esses costumes são, sem dúvida, antiquíssimos. Já se tornaram quase que um mecanismo instintivo, tanto é que encontram formas sempre novas de se reproduzirem, sem qualquer exigência formalmente prescrita. Refiro-me aos "batismos" estudantis, aos "trotes de calouros", e a todos os excessos praticados pelos veteranos dos grêmios estudantis americanos contra os novatos. Esses hábitos estão soterrados no inconsciente, em forma de imagem primordial."

 C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"A natureza é aristocrática, mas não no sentido de reservar a possibilidade da diferenciação exclusivamente a espécies de alta categoria. O mesmo se dá com a possibilidade do desenvolvimento psíquico: ela não é reservada apenas a uma elite de indivíduos particularmente bem dotados. Em outras palavras, para se completarem extensas etapas da evolução, não é preciso ter inteligência especial, nem outros talentos; pois neste desenvolvimento as qualidades morais podem suprir as lacunas da inteligência. O único que não se pode pensar é que o tratamento consista em inculcar fórmulas gerais e teses complicadas nas pessoas. Não se trata disso. Cada qual pode conquistar o que necessita, à sua maneira e em sua própria linguagem. As explicações que dei neste trabalho são formulações intelectuais; mas não é bem assim que conversamos durante a sessão de terapia. Os pequenos incidentes casuísticos que fui intercalando no texto já dão uma ideia mais aproximada do que seja o trabalho, na práxis."

 C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"O inconsciente do homem possui um faro apurado para o espírito do tempo; ele adivinha suas possibilidades e sente no íntimo a insegurança dos fundamentos da moral presente, que não é mais apoiada por uma convicção religiosa viva. Aqui se origina grande parte dos conflitos éticos de nosso tempo. O impulso de liberdade colide com as barreiras frouxas da moralidade: os homens estão em tentação, eles querem e não querem. E porque não querem e não podem imaginar o que na realidade desejam, o conflito é principalmente inconsciente e daí procede a neurose."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

 

"A neurose é um estado de desunião consigo mesmo. O motivo desta desunião, na maioria das pessoas, consiste no fato de que a consciência deseja manter seu ideal moral, enquanto o inconsciente luta por um ideal imoral — no sentido convencional — que a consciência constantemente tenta negar. Indivíduos deste tipo pretendem ser mais decentes do que realmente são. O conflito, no entanto, pode ser o oposto: há pessoas aparentemente muito indecorosas, que não opõem a menor restrição a si mesmas, sendo isto, no entanto, uma pose de perversidade, uma vez que abrigam no fundo o lado moral, que caiu no inconsciente. Analogamente há o caso do indivíduo decente, que abriga no inconsciente o lado indecente (os extremos devem, por isso, ser evitados tanto quanto possível, pois sempre despertam a suspeita de seu oposto)."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"A análise dos sonhos descobre impiedosamente a falsa moral e as pretensões hipócritas do homem, revelando-lhe o outro lado de seu caráter sob uma luz crua; não admira, pois, que muitos se sintam apanhados de boca na botija. Lembro-me sempre, relativamente a isto, da admirável estátua do prazer da Catedral de Basileia, exibindo seu doce sorriso arcaico, mas com o traseiro coberto de sapos e serpentes. A análise do sonho dá volta às coisas, revelando o outro lado É claro que, em tais circunstâncias, a psicanálise parece uma tortura para muitos indivíduos que assumem diante de si próprios uma atitude na qual acreditam com veemência. Pois de acordo com o velho dito místico "Dá o que tens e então receberás!" eles são chamados a abandonar em primeiro lugar suas ilusões mais íntimas e amadas, a fim de que algo superiormente profundo e belo possa ressurgir dentro deles, em toda a sua amplitude."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"O neurótico tem a alma de uma criança, que suporta com dificuldade as restrições arbitrárias, cujo sentido ele não reconhece. Embora procure concordar com essa moral, acaba sucumbindo a um dilaceramento profundo, a um estado de desunião consigo mesmo. Por um lado, ele quer suprimir-se e por outro, libertar-se: a esta luta dá-se o nome de neurose. Se tal conflito fosse claramente conscientizado, os sintomas neuróticos não se formariam; estes aparecem quando não encaramos o outro lado da nossa natureza e a urgência de seus problemas. Nestas circunstâncias os sintomas se manifestam e ajudam a exprimir o lado não reconhecido da psique. O sintoma é pois uma expressão indireta de um desejo que não se reconhece; quando este se torna consciente, entra em conflito violento com nossas convicções morais. Como já dissemos, se este lado sombrio da psique for subtraído da compreensão consciente, o doente não poderá confrontar-se com ele, corrigi-lo, conformar-se com ele, ou então renunciá-lo; pois na realidade ele não possui de forma alguma os impulsos inconscientes. Expulsos da hierarquia da psique consciente, eles se tornam complexos autônomos, que podem ser postos de novo sob o controle consciente, através da análise do inconsciente. Isto não se dá sem grandes resistências. Há muitos pacientes que se vangloriam, dizendo que o conflito erótico não existe para eles; afirmam que a questão sexual é absurda, pois não possuem qualquer sexualidade. Não percebem que outras coisas de origem desconhecida lhes impedem o caminho: caprichos histéricos, enredos que fazem em relação a si mesmos e a outros, um catarro estomacal de fundo nervoso, dores aqui e acolá, irritabilidade sem motivo e todo um exército de sintomas nervosos. [Aqui está o engano, pois o grande conflito dos homens cultos de hoje passa relativamente despercebido só a poucos dentre os particularmente favorecidos pela sorte; a grande maioria toma necessariamente parte neste conflito geral]."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Se os homens fossem educados no sentido de ver o lado sombrio de sua natureza, provavelmente aprenderiam a compreender e a amar verdadeiramente os seus semelhantes. Um pouco menos de hipocrisia e um pouco mais de tolerância em relação a si mesmo só podem dar bons resultados em relação ao próximo; pois o homem tem uma inclinação nítida para transferir aos seus semelhantes a injustiça e a violência que exerce sobre a sua própria natureza."

C.G.Jung - Psicologia do Inconsciente

 

"Muitos poderão se perguntar se a vida em sociedade não exige disciplina e a imposição de limites na educação das crianças. Acredito que sim, mas existe uma grande diferença entre restringir comportamentos e restringir sentimentos ou partes essenciais do ser de uma pessoa. Os sentimentos são a vida do corpo. Julgá-los, reprimí-los ou desdenhá-los é como matar uma parte do nosso ser."
Alexander Lowen (Psicanalista Americano).
"Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro acorda."
Jung
"Apenas uma pessoa livre pode respeitar o direito do outro à liberdade, e também reconhecer seus direitos."
Alexander Lowen (Psicanalista Americano)
"Projetamos um poderoso símbolo de unidade em algo superior e exterior a nós à medida em que não conseguimos reconhecer em nós essa plenitude, essa conexão com o todo, essa conexão com Deus."
Wilhelm Reich (médico e psicanalista ucraniano)
"Lute pelos princípios que os valores e as virtudes fluirão naturalmente. O que vale em casa vale fora dela. Não existe paz de espírito nem crescimento interior sem o triunfo dos princípios." 
Jerônimo Mendes (Coach)
"Se você não puder dizer a verdade, é melhor não dizer nada."
Wilhelm Reich (Psicanalista)
"Depois de desistirmos de nossa verdadeira natureza, de nosso verdadeiro self, estamos destinados a sermos rejeitados, pois já rejeitamos a nós mesmos."
Alexander Lowen (Psicanalista e Psiquiatra)
"A perda de autenticidade além do nível pessoal ocorre também no social. Os valores pessoais são sacrificados em nome do poder e do dinheiro. A produção em massa rouba a autenticidade do produto do esforço, enquanto a publicidade zomba da virtude. Numa cultura tecnológica os únicos valores reconhecidos são dinheiro, poder e sucesso. autenticidade torna-se uma coisa do passado, atualmente representada por peças genuínas de antiquário. Daí seu valor."
Alexander Lowen (Psicanalista e Psiquiatra)
"As psicoterapias ocidentais visam a “remendar” o eu individual, ao passo que as
abordagens orientais se propõem transcendê-lo."
Ken Wilber
"O universo está construído de tal maneira, que o oposto de uma proposição verdadeira é uma proposição falsa, mas o oposto de uma verdade profunda é, em geral, outra verdade profunda."
Niels Bohr (Físico Quãntico Dinamarques)
"Temos duas espécies de conhecimento, que chamo de conhecimento
simbólico e conhecimento íntimo. As formas mais costumeiras de raciocínio
foram desenvolvidas apenas para o conhecimento simbólico. O conhecimento
íntimo não se sujeita à codificação e à análise, ou, melhor, quando tentamos
analisá-lo, perde se a intimidade, que é substituída pelo simbolismo."
Arthur Stanley Eddington (Astrofísico Britânico)
"O conhecimento simbólico é o conhecimento dualístico E uma vez que é ilusória a separação entre sujeito e objeto, o conhecimento simbólico que dela se segue, em certo sentido, é igualmente ilusório."
Ken Wilber
"No modo não-dual de conhecer, chamado por Meister Eckhart de "alvorecente”, as criaturas são percebidas sem distinções, rejeitam-se todas as idéias, eliminam-se todas as comparações naquele Um que é o próprio Deus”.
Ken Wilber
"A dualidade e os opostos, em suma, são termos de relação ou de
pensamento, mas não de realidade. Quase todos nós, entretanto, obscurecemos a
realidade com os termos com que a representamos e, assim, o propósito da
Madhyamika é demonstrar-nos a completa inaplicabilidade da razão dualística à
Realidade."
Ken Wilber
"Já que nada pode ser declarado a respeito da Realidade, a mitologia é uma analogia poderosa, tão poderosa, com efeito, que, segundo observou um filósofo: “O mito inclui o enfoque mais próximo da verdade absoluta que pode ser expresso em palavras.”
Ken Wilber