Na psicoterapia de abordagem analítica, o principal propósito do processo seria o de reestabelecer uma comunicação saudável entre conteúdos inconscientes e a consciência. Neste processo o ego se fortaleceria pela integração de sua sombra, ou seja, aspectos inconscientes da personalidade do indivíduo. Ao se mover em direção à inteireza, o indivíduo também estabeleceria um relacionamento mais frutífero com sua contraparte sexual, Animus ou Anima (a porção masculina na psique feminina e a porção feminina na psique masculina); para finalmente estabelecer contato com sua totalidade psíquica, o Self. Nestes termos, a análise seria facilitadora do processo de individuação.
A individuação é o processo através do qual a pessoa evolui para um estado de maior diferenciação em relação ao coletivo, o que pressupõe uma ampliação de sua consciência. Neste processo, o indivíduo identifica-se menos com as condutas e valores encorajados pelo meio no qual se encontra e mais com as orientações emanadas de seu eu mais profundo. De acordo com Jung, o processo de individuação seria a meta da psique e eventuais resistências do ego em permitir o desenrolar natural deste processo seria uma das causas de sofrimento psíquico e desajustes psicológicos.. Ao contrário do que se possa imaginar, Jung afirma que o processo de individuação não entra em conflito com a norma social, uma vez que, à seu ver a questão da adaptação ao colectivo também faz parte do processo, favorecendo inclusive a adaptação e inserção do indivíduo em seu ambiente.